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Depressão atinge 18% da população brasileira

Nenhum exame pode diagnosticar a depressão, cujos sintomas podem ser confundidos com outros problemas de saúde. Mesmo assim, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ela já afeta 350 milhões de pessoas em todo o mundo e em 2030 deve ser a mais prevalente em todo o mundo, atingindo mais pessoas que o câncer e algumas doenças infecciosas.

De acordo com um estudo da Universidade de São Paulo (USP), entre os países em desenvolvimento, o Brasil lidera o ranking mundial da depressão: 18% da população brasileira apresenta o transtorno depressivo. A idade média para o início dos quadros depressivos é de 25,7 anos de idade. As mulheres têm duas vezes mais chance de terem depressão que os homens. Mais de 75% das pessoas com depressão não recebem tratamento adequado

O que todos esses números querem dizer? As estatísticas e estudos são um alerta vermelho: é preciso dar mais atenção a sua saúde mental!

O que é depressão?

A palavra “depressão” se popularizou e é usada para diversas situações cotidianas, indicando tristeza e desânimo perante a vida e seus acontecimentos. A tristeza comum pode ser causada por divórcio, falecimento de entes queridos, problemas familiares, financeiros, etc.

Essa tristeza, em geral, é temporária. Mas, quando os sintomas não desaparecem e são desproporcionais aos eventos, causando intenso sofrimento e comprometendo a rotina diária, a depressão está instalada. Por isso, é importante procurar ajuda o quanto antes, principalmente depois de algum problema mais significativo (luto, desemprego, divórcio, etc.)

A depressão é considerada um transtorno do humor. Além dessa classificação, a depressão tem outras, de acordo com a causa, com a presença ou não de componente genético, com os sintomas e com a gravidade do quadro.

A depressão que surge em resposta a um fator identificável, como perdas, doenças físicas ou uso de drogas é a mais comum e corresponde a cerca de 60% dos casos. Já a depressão que não tem nenhuma relação com situações de estresse ou doenças físicas e psiquiátricas é chamada de depressão maior e corresponde a cerca de 25% dos casos. Essas duas são as mais comuns, mas existem outros tipos.

 O que uma pessoa deprimida sente?

Cada pessoa sente e vive de uma maneira, portanto os sintomas da depressão variam de intensidade e se manifestam de forma única em cada indivíduo.

Em geral, os sintomas abaixo podem indicar um quadro depressivo e são chamados de sintomas primários:

  • Perda de energia/ cansaço crônico/apatia
  • Perda de interesse em atividades que antes eram corriqueiras
  • Humor deprimido
  • Dificuldade de concentração
  • Alterações do apetite e do sono (aumento ou perda do apetite, insônia ou excesso de sono)
  • Lentificação das atividades físicas e mentais
  • Sentimento de pesar ou fracasso

É possível ainda notar sintomas físicos, como prisão de ventre, dores de cabeça, problemas digestivos, dor do peito, entre outros.

Outros sintomas que podem aparecer:

  • Visão pessimista da vida
  • Dificuldade de tomar decisões
  • Dificuldade para começar a fazer suas tarefas
  • Irritabilidade ou impaciência
  • Inquietação
  • Choro fácil ou dificuldade para chorar
  • Desesperança
  • Dificuldade de terminar as coisas que começou
  • Baixa autoestima
  • Perda do desejo sexual

Vida saudável

Nenhum remédio ou terapia pode fazer milagre quando o assunto é depressão. A mudança de hábitos de vida é essencial. Uma pessoa com depressão precisa praticar atividades físicas de forma regular para estimular a produção de substâncias que geram sensação de prazer e bem-estar.

A alimentação precisa ser saudável, ou seja, rica em frutas, legumes, verduras, grãos integrais, peixes, carnes magras. É preciso reduzir a ingestão de gordura, açúcar e sal. Alguns alimentos como banana, mel e aveia são ricos em triptofano, substância que ajuda a melhorar o humor.

Sair com os amigos, frequentar grupos de autoajuda, fazer um diário, dançar e adotar um animal de estimação também são ótimas maneiras de ajudar no tratamento da depressão. Acima de tudo, o paciente deprimido precisa encontrar uma maneira de gerenciar o estresse, que junto com a ansiedade pode levar ao desenvolvimento de quadros de depressão.

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O texto acima possui caráter exclusivamente informativo. Jamais empreenda qualquer tipo de tratamento ou se automedique sem a orientação de um especialista.